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Foto do escritorBruno Lisboa

Tipo Um sintetiza profusão sonora em primeiro disco

Formada por Bill (guitarra e vocais), Gabriel Esquilo (teclado e vocais), Raphael Salazar (baixo) e Eniruê (bateria e backing vocals) a banda Tipo Um acaba de lançar Malgovina, um disco com pés firmes no rock que soa muito arejado às primeiras audições, evoluindo com boas surpresas a cada faixa. Com sonoridade híbrida e ampla, o quarteto aposta num formato que quebra com os paradigmas do gênero, indo de encontro a ritmos dispares como o progressivo, o jazz, o samba, o reggae e o blues.


Com carreira iniciada em 2019, o grupo vem, desde então, chamando atenção através de canções carregadas de ritmo e fluidez sonoras. O primeiro single "Molhado" (2021) e o EP Outra Parada (2022) já evidenciavam tais características, que foram muito bem exploradas e ganharam novas camadas e doses de virtuosismo em Malgovina (2023).


Foto: Rafaela Urbanin

Liricamente, o disco é pautado por canções que versam sobre amadurecimento, a busca por uma identidade própria e as dores e alegrias da existência. De forma conceitual, as faixas são tocadas em sequência, sem intervalos, convidando o ouvinte a uma audição do álbum em sua totalidade.


Gravado no estúdio Ilha do Corvo (MG), o disco tem produção da banda junto à Leonardo Marques que, nos últimos anos, tem produzido uma série de discos de artistas consolidados como Bala Desejo, Maglore, Jennifer Souza, Moons, entre tantos outros. Como de praxe, em suas produções, Leonardo Marques parece extrair o melhor de cada músico, fazendo com que cada instrumento seja valorizado na gravação final.


O abre alas do disco é "S.K", faixa instrumental e ambiciosa, cuja métrica "quebrada" faz com que o ouvinte mergulhe em sonoridades múltiplas. Na sequência, é a vez da atmosférica "Segredos" que aborda sobre autoafirmação e a autoconhecimento. A suingada "Existem Curiosidades que Não Valem a Pena" tem ar setentista e letra minimalista (e amalucada) com mistura skate, hat trick, homem aranha, jazz e cigarro paiol.


Um das melhores faixas do disco é a épica "Dissonância Cognitiva" que, ao longo de quase sete minutos de duração, vai do reggae ao rock com versos direcionados à necessidade contínua de evolução. A instrumental "Gruve" e progressiva "Molhado", que já haviam sido lançadas anteriormente, surgem com versões remasterizadas que valorizam ainda mais os arranjos originais.


No fim, o rock "What You Can't Find", única faixa em inglês, e a instrumental "Intro" fecham Malgovina, disco que coloca a Tipo Um no rol de novas bandas que não se rendem a fórmulas prontas e que sabem resolver bem a equação que origina dessa profusão sonora.



72 visualizações3 comentários

3 Comments


hrfe25
Jun 10, 2023

Disco arrojado, imersivo e profundo. Um respiro de uma arte que te chama pra ouvir e conversar em meio a tantas afirmações formulaicas que nos é apresentado hoje todo dia nas grandes mídias

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jc.fonseca
Jun 10, 2023

Malgovina é um álbum genial!

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Buffallobill
Buffallobill
Jun 10, 2023

Caiu um cisco aqui no meu olho

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