Editorial
Do Grego phoné, “som, voz”, de phonein, “soar, falar”. Deriva do Indo-Europeu bha-, “falar”.
Pense em alguma passagem de sua vida: o nascimento de um filho, o primeiro amor, a entrada na universidade, o casamento, aquele flerte com consequência feito em um bar, a primeira ida à praia. É bem provável que, para cada um destes momentos, exista uma música, um disco, um artista, que os embale. Se não existe, deveria existir.
Ninguém vive sem música. Nem mesmo os que insistem em dizer o contrário. Porque não existe “não gostar de música”. Mesmo que seja por osmose, absorvemos melodias, letras, arranjos e climas em todos os momentos de nossas vidas. Inconscientemente ou não, estamos sempre colocando a música no topo das listas de coisas imprescindíveis para a vida.
Se você mora ou está de passagem por Belo Horizonte então, é quase impossível andar pela cidade e não esbarrar com alguma iniciativa musical. A capital mineira vive um de seus momentos mais férteis, seja na proliferação de casas de shows ou bares com espaços destinados à música, seja na produção propriamente dita, que tem oferecido trabalhos consistentes e profissionais, com um jeitão mineiro que consegue imprimir uma espécie de marca registrada nos sons oriundos da cidade, fazendo com que eles sejam reconhecidos nos quatro cantos do mundo por sua mineiridade e internacionalidade ao mesmo tempo. De Minas para o mundo é a ordem do dia.
Foi pensando nisso que surgiu Phono: uma reunião de pessoas acostumadas a ouvir, frequentar e falar sobre a música produzida na cidade e/ou que está de passagem por ela, para registrar esta cena através de textos e imagens. Gente como o fotógrafo Alexandre Biciati, os jornalistas Rodrigo James e Bruno Lisboa e o músico Francesco Napoli, onipresentes nos quatro cantos musicais de BH, que sempre nutriram uma vontade de trabalhar juntos em prol da chamada “cena”.
No Phono você vai ler resenhas de novos trabalhos, ver fotos, vídeos, conhecer alguns atores da cena através de entrevistas especiais e relembrar aquele show inesquecível. Tudo feito com a seriedade e o capricho de quem já cobre, por puro prazer ou por trabalho, a cena musical de Belo Horizonte há anos. A ideia é oferecer mais do que uma imagem instagramável ou um registro superficial. No Phono, o assunto é a música e a forma de falar sobre ela é ir além do trivial, mirando pessoas interessadas nisso. Jornalismo e opinião com uma boa dose de personalidade.
Rodrigo James
Equipe
Alexandre Biciati
Publicitário especialista em gestão cultural. Fotógrafo autodidata, fez cobertura fotográfica e narrativa para centenas de shows ao vivo para veículos do segmento musical como Scream & Yell, Whiplash e Rock Brigade. Colecionador de vinil, trata os discos como obra artística e objeto de estudo. Idealizador da comunidade Phono Brasil.
Francesco Napoli
Artista que atua por meio da poesia, música, performance, rádio, pesquisa e docência. Integra os projetos Três Minutos pra Amanhã, a banda Falcatrua e o espetáculo Rock In Concert da Orquestra Opus. Apresenta, produz e edita o programa de radioarte Tropofonia na rádio UFMG Educativa e apresenta o podcast Ágora Agora na rádio Favela FM. Também faz produção e curadoria do Festival de arte contemporânea e performance “Durante".
Bruno Lisboa
Professor, graduado em Letras, pós graduado em produção e crítica cultural (ambos pela PUC-MG) e mestrando em estudos de linguagens pelo CEFET-MG. Um apaixonado por cultura pop em suas mais variadas vertentes. Colaborador dos sites Scream & Yell, Whiplash, Urge! e do podcast Rede Poderosa.
Rodrigo James
Publicitário e jornalista, pós-graduado e Novas Tecnologias e Hipermídia. Ex-colunista de musica pop dos jornais Hoje em dia e Estado de Minas. Produtor e apresentador da versão radiofônica do programa Alto-falante e co-criador do Festival Garimpo. Colaborador de sites e revistas como Scream & Yell, Zero. Colunista de cultura pop das rádios 98fm e CDL-FM. Também produz a newsletter MALA, especializada em cultura pop e entretenimento.